segunda-feira, 9 de julho de 2007

CHIMARÃO



Chimarrão
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O mate servido.O chimarrão ou mate é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul, um hábito legado pelas culturas quíchua, aymará e guarani. Ainda hoje é hábito fortemente arraigado não apenas no sul do Brasil (estados do Paraná, Santa Catarina e principalmente Rio Grande do Sul), mas também em Mato Grosso do Sul (Pantanal), parte da Bolívia e em todo o Paraguai, Uruguai e a Argentina.

É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate e água.

Embora a acepção mate seja castelhana, é utilizada popularmente também no Rio Grande do Sul paO chimarrão

Uma cuiaO chimarrão é montado com erva-mate, geralmente servido quente de uma infusão. Tem gosto que mistura doce e amargo, dependendo da qualidade da erva-mate, que, pronta para o uso, consiste em folhas e ramos finos (menos de 1,5 mm), secos e triturados, passados em peneira grossa, de cor verde, havendo uma grande variedade de tipos, uns mais finos outros mais encorpados, vendidos a diversos preços.

Um aparato fundamental para o chimarrão é a cuia, vasilha feita do fruto da cuieira, que pode ser simples ou mesmo ricamente lavrada e ornada em ouro, prata e outros metais, com a largura de uma boa caneca e a altura de um copo fundo, no formato de um seio de mulher. Há quem tome chimarrão em outros recipientes, mas a prática é geralmente mal vista.

O outro talher indispensável é a bomba ou bombilha, um canudo de cerca de 6 a 9 milímetros de diâmetro, normalmente feito em prata lavrada e muitas vezes ornado com pedras preciosas, de cerca de 25 centímetros de comprimento em cuja extremidade inferior há uma pequena peneira do tamanho de uma moeda e na extremidade superior uma piteira semelhante a usada para fumar, muitas vezes executada em bom ouro de lei.

ralelamente com o termo "chimarrão".

Chimarrão também designa o gado que foge para o mato e torna-se bravo.

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Uma bombaO chimarrão pode servir como "bebida comunitária", apesar de que alguns aficcionados o tomem durante todo o dia, mesmo a sós. Embora seja cotidiano o consumo doméstico, principalmente quando a família se reúne, é quase obrigatório quando chegam visitas ou hóspedes. Então assume-se um ar mais cerimonial, embora sem os rigores de cerimônias como a do chá japonês.

A água não pode estar em estado fervente, deve apenas esquentar o suficiente para "chiar" na chaleira. Enquanto a água esquenta, o dono (ou dona) da casa prepara o chimarrão.

Há quem diga que isto acaba estabelecendo a hierarquia social dos presentes, mas é unânime o entendimento de que tomar chimarrão é um ato amistoso e agregador entre os que o fazem, comparado muitas vezes com o costume do cachimbo da paz. Enquanto você passa o chimarrão para a próxima bebê-lo, ele vai ficando melhor. Isso é interpretado poeticamente como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado e, consequentemente, às outras que também irão beber o chimarrão.

Nesse cenário, o preparador é quem é visto mais altruisticamente. Além de prepará-lo para outras pessoas poderem apreciá-lo, é o primeiro a beber, em sinal de educação, já que o primeiro chimarrão é o pior. Também é de praxe o preparador encher novamente a cuia com água quente (sobre a mesma erva-mate) antes de passar cuia para as mãos de outra pessoa (ou da pessoa mais proeminente presente), que depois de sugar toda a água, deve também renovar a água antes de passar a cuia ao próximo presente. Não esqueça também que ao agradecer um chimarrão após "roncá-lo" (o ronco da cuia é muito importante para que prove que tomou todo e não deixou restos na cuia) é sinal de que já está satisfeito, portanto uma vez feito isso a pessoa que está servindo não mais passará a cuia para você.
Chimarrão
Autoria: Glaucus Saraiva
Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,
Em sua simplicidade,
A velha hospitalidade
Da gente do meu rincão.

Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua,
E o perfil da lança nua,
Encravada na coxilha,
Apontando firme a trilha,
Por onde rolou a história,
Empoeirada de glórias,
De tradição farroupilha.

Em teus últimos arrancos,
Ao ronco do teu findar,
Ouço um potro a corcovear,
Na imensidão deste pampa,
E em minha mente se estampa,
Reboando nos confins ,
A voz febril dos clarins,
Repinicando: "Avançar"!
E então eu fico a pensar,
Apertando o lábio, assim,
Que o amargo está no fim,
E a seiva forte que eu sinto,
É o sangue de trinta e cinco,
Que volta verde pra mim.




NAS FOTOS ESTÃO A CUIA,A BOMBA,A GARRAFA DE AQUA QUENTE,E A PLANTA ERVA MATE,DE ONDE FAZEMOS O CHIMARÃO.
AMIGA LIVIA CHIMARÃO É UMA BEBIDA,NÃO É UM CHÁ NÃO hehe.
AQUI SE FAZ CHÁ PARA GRIPE COM GUACO,MEL E LIMÃO.
OU NABO CORTADO EM FATIAS COM UM POUCO DE ACÚCAR PULVERISADO POR CIMA.É TIRO E QUEDA.
BEIJOS

Um comentário:

Livia disse...

Adorei a bela pesquisa que você fez sobre o chimarrão, meu anjo! Muitíssimo agradecida. Aqui no Rio chamamos essa erva de "chá-mate", por isso pensei que o chimarrão fosse um chá, já que é feito da erva mate. Mas agora entendi tudo direitinho e achei o poema lindo. Já que gosta de pesquisar, uma das tradições que gosto muito aí do Sul é aquela em que os homens colocam um pau no chão e sapateiam ritmadamente sem pisar no pedaço de pau. Não sei o nome dessa dança, mas fico ENCANTADA toda vez que vejo na televisão. É comum passar no Canal Futura e, desde pequena, eu tento fazer aqui em casa. kakakakaka
Pode imaginar isso?
Se tiver algum vídeo em que eu possa ver essa dança, agradecerei muitíssimo, assim como saber o nome da mesma e conhecer sua origem etc.
Gosto muito de História e percebi que você é apaixonada pelo Sul. Aqui no Rio é unanimidade o fato de que vocês possuem o sotaque mais lindo do Brasil. Eu adoro...
Beijinhos e Muita Paz e Luz!
Livia.